EF EPI English Proficiency Index 2024
13 de novembro de 2024
13 de novembro de 2024
EF EPI English Proficiency Index 2024
O inglês, há muito tempo, é considerado um idioma universal – principalmente quando falamos sobre negócios, pesquisa e colaboração global. Com aproximadamente 1,3 bilhão de falantes e 85% das multinacionais usando o inglês como idioma de negócios, não é difícil entender por quê.
No entanto, o nosso Índice de Proficiência em Inglês (EPI) de 2024 - que oferece o maior ranking de falantes de inglês por região no mundo - revela uma tendência surpreendente: a proficiência em inglês em todo o mundo está diminuindo pelo quarto ano consecutivo, com 60% dos países no índice apresentando pontuações mais baixas do que no ano anterior.
Esse declínio, particularmente severo entre os jovens, representa um desafio crescente para as empresas que dependem do inglês como uma ferramenta importante para comunicação, inovação e crescimento.
Neste artigo, exploraremos as principais descobertas do EPI de 2024, analisaremos as implicações mais amplas para organizações, indivíduos e destacaremos as medidas que as empresas devem tomar para enfrentar o crescente gap de proficiência em inglês.
Na última década, a faixa etária mais jovem pesquisada no índice EPI (18 a 20 anos) deixou de ter o maior nível de proficiência em inglês, entre todos os grupos etários, para ter o mais baixo.
Dr. Christopher McCormick, especialista em educação linguística e Diretor Acadêmico da EF Corporate Learning, comenta que este dado não é uma surpresa. “Temos observado essa tendência há vários anos. A pandemia impactou as pessoas, especialmente das gerações mais jovens. Elas enfrentaram uma significativa 'perda de aprendizado' durante esse período. Os jovens tiveram muitos contratempos em diversas habilidades e no desenvolvimento de aprendizados, não apenas na proficiência em inglês."
McCormick também argumenta que a transição para o online durante os anos da pandemia limitou a exposição a oportunidades de aprendizado prático em inglês. Como resultado, os alunos estão mal preparados para as exigências do mercado de trabalho global e tendem a depender excessivamente de ferramentas online de tradução para se comunicarem.
Entre todas as faixas etárias, há um crescente interesse em saber como ferramentas de inteligência artificial (IA) podem ser usadas para superar gaps linguísticos. E isso pode estar impactando a motivação das pessoas para investirem em aprendizado de idiomas a longo prazo.
No entanto, McCormick faz um alerta. “A IA pode certamente ajudar a superar alguns dos gaps linguísticos que estamos observando, mas não é uma substituta para as habilidades linguísticas humanas”, explicou. “A comunicação é uma ferramenta social; ela permite a construção de relacionamentos, estabelecimento de confiança e que as pessoas trabalhem juntas na resolução de problemas. A IA pode ajudar com a mecânica da comunicação, mas não pode substituir o elemento humano que é essencial para a colaboração eficaz”.
O relatório do EPI deixa claro que a proficiência em inglês não é apenas uma questão linguística; é também uma questão econômica. McCormick enfatiza esse ponto, afirmando:
"Os países e organizações que investem em treinamento de inglês estão essencialmente investindo em seu próprio crescimento. Uma força de trabalho que pode se comunicar efetivamente em inglês é mais flexível, mais inovadora e mais global. Essas são as qualidades que impulsionam o progresso econômico no mundo moderno”.
De fato, os dados do EPI corroboram essa visão. Países com maior proficiência em inglês tendem a ter economias mais dinâmicas e níveis mais altos de inovação.
Essa ligação entre proficiência em língua e desenvolvimento humano pode ser explicada, em parte, pelas oportunidades que o idioma cria. "O inglês é a língua do conhecimento", diz McCormick. "Seja falando sobre pesquisa acadêmica, descobertas científicas ou as últimas tendências de negócios, grande parte dessas informações está disponível em inglês. Sem proficiência na língua, as pessoas estão em uma desvantagem significativa".
McCormick enfatiza a importância da proficiência, particularmente, em indústrias que operam em escala global. "Quando olhamos para indústrias que exigem altos níveis de colaboração e inovação, como tecnologia, pesquisa e finanças, o inglês é absolutamente essencial", explicou.
"Sem um bom domínio da língua, as equipes têm dificuldade em compartilhar ideias e trabalhar de forma colaborativa. Isso não se resume apenas a enviar um e-mail ou participar de uma reunião, é preciso conseguir colaborar uns com os outros de forma profunda, é isso que impulsiona a inovação.”
O relatório do EPI também destaca a distribuição desigual da proficiência em inglês entre os setores público e privado - favorecendo este último - o que indica um baixo investimento no idioma em nível nacional.
McCormick aponta que isso tem consequências não só para o país como para a região: “São as instituições governamentais, ministérios do trabalho, de educação superior e de educação básica os responsáveis por qualificar e capacitar a força de trabalho em termos de aprendizado ao longo da vida, sejam jovens, graduados, trainees profissionais, aprendizes. Toda a população ativa.”
O relatório do EPI de 2024 apresenta uma mensagem clara para gerentes de RH e de Desenvolvimento e Aprendizado (L&D) de empresas multinacionais: o declínio da proficiência em inglês não pode ser ignorado. Como McCormick diz:
“As empresas precisam enfrentar a realidade de que estão herdando uma geração de profissionais que não estarão prontos para desempenhar seus trabalhos em inglês… São as empresas, as organizações e, às vezes, os governos que terão que pagar, patrocinar e facilitar a qualificação”.
1. Teste em larga escala para estabelecer um nível-alvo de proficiência para a organização. "Você não pode consertar o que não mede", observa. “Ao testar a proficiência em inglês dos funcionários, as empresas podem identificar onde estão os gaps e criar programas de treinamento direcionados”.
2. Adote uma visão de longo prazo para o treinamento de idiomas. "O aprendizado de idiomas é uma jornada ao longo da vida", explica. "As empresas precisam reconhecer que os funcionários precisarão de apoio contínuo e oportunidades para praticar e desenvolver suas habilidades linguísticas ao longo do tempo".
3. Tenha cautela ao usar a proficiência em inglês como um filtro rígido na contratação, pois isso pode excluir candidatos talentosos que têm o potencial de desenvolver a habilidade linguística no trabalho.
4. Implemente iniciativas de treinamento de idiomas a partir da liderança. "Líderes precisam promover o aprendizado de idiomas e torná-lo uma prioridade dentro da organização", comenta. "Quando os funcionários veem a liderança usando o inglês de forma eficaz e incentivando o aprendizado, eles se sentem mais motivados”.
O declínio da proficiência em inglês é um desafio crescente para as empresas, mas também é uma oportunidade. Ao investir em treinamentos de inglês, as empresas podem conquistar bons resultados, como melhora na colaboração e o desbloqueio de novas oportunidades de crescimento e inovação.
O ponto positivo dos profissionais mais seniores terem maior proficiência é que isso encoraja as gerações mais jovens, pois mostra que com o treinamento adequado todos podem desenvolver a habilidade de se comunicar em inglês.
"A proficiência em inglês é mais do que apenas ser capaz de ter um bom desempenho em testes; trata-se de entender uns aos outros, trabalhar juntos e construir confiança", diz McCormick. Em um mundo cada vez mais interconectado, essas são as habilidades que definirão o sucesso profissional das pessoas e das organizações.
Baixe o relatório completo EPI 2024 aqui
Contributor
Dr. Christopher McCormick
Christopher, Chief Academic Officer at EF Corporate Learning, oversees the design of EF Corporate Learning’s innovative language programs. In this role, he also advises companies and governments on language training solutions for educators, professionals, and executives. Over the past twenty years, he has led major projects that have included interactive, digital, and print publishing for young learners through to adults; course management system design; teacher training and operations; online language testing; and special course design in partnership with governments, companies, and institutions, such as the United Nations Alliance of Civilizations, Lego Education, and the Olympics (Beijing 2008, Sochi 2014, Rio 2016, Pyeongchang 2018, Tokyo 2020).